E cego é o coração que trai
Aquela voz primeira que de dentro sai
E às vezes me deixa assim a
Revelar que eu vim da fronteira onde
O Brasil foi Paraguai
(“Sonhos Guaranis”/Simões; Sater, faixa 5
Fale sobre a manifestação folclórica chamada El toro candil? (Com suas palavras).
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É pela mestiçagem que explicamos as constantes transformações culturais
sul-mato-grossenses e sua densa polissemia, pois esta vive entre o que afirmam Laplantine e Nouss (s/d, p. 58), que “qualquer
cultura é mestiça no sentido em que esta participa do mito e do real, e que
vive no limiar entre o passado e o futuro”. (CHACAROSQUI, Gicelma) Na linha deste pensamento contribui a conceituação
de Tania Carvalhal (2003, p. 156) , segundo a qual: “Fronteira é realidade e
mito, sonho e frustração”, pois vai além dos marcos geográficos e
cartográficos, são marcos e limiares políticos, sociais e culturais.
Após ler o trecho acima responda:
você acha que as tradições populares tais como El toro candil e Boitatá podem
ser consideras produto da mestiçagem e fruto da fronteira? Por quê?
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Temos que
conhecer nossa ancestralidade e isso se faz mediante a cultura popular
produzida e eternizada pelo povo. É o que acontece com o ritual do El Toro
Candil na fronteira do Brasil com o Paraguai. É nosso povo perpetuando nossa cultura
e fazendo nossa história fronteiriça. Em seu contínuo transformar através dos
tempos, a cultura popular sempre manteve um diálogo com as outras manifestações
humanas. O fato de a manifestação do El Toro Candil acontecer associada, em homenagem, a Nossa Senhora de Caacupé colabora
para a ideia de que a cultura sul-mato-grossense é constituída da confrontação
e do diálogo. (CHACAROSQUI, Gicelma)
no final do século XVI, no
Paraguai, um índio convertido, escultor por ofício, andava sobre uma montanha
quando foi atacado pelos Mbayaes, dos quais escapou escondendo-se atrás de um
grosso tronco. Nos angustiantes momentos em que ficou escondido, pediu a Nossa Senhora
que o livrasse da morte. Quando se viu livre da ameaça, começou a construir uma
imagem da Virgem com um pedaço do tronco que o havia acolhido. Ainda segundo a
lenda, no ano de 1603, o lago Tapaicuá transbordou e inundou todo o vale de
Pirayú, arrastando tudo que estava à sua volta, inclusive a imagem de Nossa Senhora.
Quando as águas baixaram, milagrosamente apareceu a imagem que o índio
esculpira. Os fiéis começaram a difundir sua devoção e a invocá-la com o nome
de "Virgem dos Milagres". Um devoto chamado José, carpinteiro,
construiu uma modesta ermida e nela começou a ser cultuada a Virgem de Caacupé.
A imagem de Nossa Senhora de Caacupé é bem pequena, medindo pouco mais de cinquenta
centímetros. Ela é a Imaculada Conceição. Seus pés se apoiam sobre uma pequena
esfera e suas vestes trazem uma faixa branca de seda. A palavra Caacupé
significa "detrás dos montes". O Santuário de Caacupé é um centro
nacional de peregrinações. A festa é celebrada anualmente no dia 8 de dezembro.
Os peregrinos chegam aos milhares ao Santuário para demonstrar seu amor e
gratidão à Mãe de todos, a "Virgem Azul do Paraguai". (Disponível em:
http://www.reocities.com/Heartland/Bluffs/6737/Caacupe/Caacupe.htm.
Acessado
em: 20 de março de 2011)
3 – Se a somos produtos da
fronteira e de toda essa interculturalidade podemos afirmar que essa realidade
folclórica pode ser considerada produto da mestiçagem e da fronteira. Faça sua
resposta, levando-se em consideração não só o evento ter acontecido no
Paraguai, mas, pela festa ser hoje tradicional e em homenagem à nossa senhora
dos milagres no próprio MS e ainda mais, pelo próprio elemento “índio” fazer parte de nossa cultura.
(resposta em forma de texto).
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